CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS: Rosmarinus officinalis é uma planta herbácea, perene, aromática, amplamente cultivada em hortas domésticas em Florianópolis. A espécie pode ser propagada por estacas produzidas a partir dos seus ramos e o seu cultivo deve ser preferencialmente realizado em lugares com bastante incidência de sol. Alguns quimiotipos podem ter elevado teor de cânfora, devendo seu uso interno ser evitado.
USO POPULAR: Planta amplamente utilizada na medicina popular em Florianópolis como condimento alimentar, para afastar insetos, em distúrbios menstruais, alívio de tosse, como antiespasmódico, analgésico, diurético, tônico, calmante, alívio de flatulências, problemas hepáticos, problemas renais, distúrbios estomacais, dores de cabeça, bronquites e asma. Usado externamente para lavagem de feridas, afecções do couro cabeludo e em banhos para dores musculares e articulares.
USO REGULAMENTADO: via oral no tratamento de dispepsia (distúrbios digestivos) e uso tópico para distúrbios circulatórios, como anti-séptico e cicatrizante¹.
INFORMAÇÕES CIENTÍFICAS: Um estudo clínico controlado, realizado em humanos demostrou que doses próximas do consumo culinário normal obteve efeito positivo sobre a função cognitiva e doses muito elevadas podem apresentar efeito contrário². Outro estudo mais recente porém não observou efeito estimulante do alecrim em adultos jovens com fadiga³ . O aroma do alecrim foi descrito como capaz de melhorar o humor4. Estudo comparativo do Alecrim apresentou, após seis meses de uso, efeito semelhante ao minoxidil 2% para tratamento da alopécia androgenética5. Estudo utilizando compostos isolados do alecrim apontou provável ação anti-inflamatória semelhante aos medicamentos controles utilizados no trabalho6. Um estudo realizado em vitro apontou ação antimicrobiana contra bactérias Gram-positivas que causam infecções do trato urinário7.
OBSERVAÇÃO DO USO CLÍNICO EM FLORIANÓPOLIS: O uso externo da compressa feito com a tintura ou alcoolatura das folhas do alecrim tem boa resposta em dores musculares e articulares. A infusão das folhas após esfriar também pode ser utilizado para lavagem de olhos vermelhos e como coadjuvante no tratamento de conjuntivites. Há relatos de melhoras no humor em indivíduos que realizam o uso aromaterápico do óleo essencial do alecrim.
MODO DE USAR
Uso interno: Infusão preparada com 1 colher de sobremesa das folhas secas ou frescas rasuradas para 1 xícara (200 ml) de água fervente, após abafar por 15 minutos, ingerir até 2 vezes ao dia por no máximo duas semanas.
Uso externo: sob a forma de óleo, pomada ou banho de imersão pode ser usado em casos de caspa e calvície e para realização de compressas para feridas e eczemas.
Uso tópico: aplicando diretamente na área afetada até três vezes ao dia no caso de eczemas e uma vez ao dia, em casos de feridas.
Tintura: na proporção de 1:5 em álcool 70% e 1:10 em álcool 90%. Deixar armazenado em garrafa de vidro e em local escuro por no mínimo 15 dias e utilizar para uso tópico na forma de compressas com auxílio de um algodão ou pano limpo para alívio de dores reumáticas, artralgias e contusões.
CUIDADOS NO USO DESTA ESPÉCIE
O uso do alecrim concomitantemente a outros medicamentos pode levar a alterações no metabolismo de diversas classes de fármacos (ver em “interações medicamentosas”).
Não utilizar infusão ou óleo essencial em gestantes, lactantes e crianças menores de 4 anos.
O uso interno da infusão e do óleo essencial acarreta riscos de gastroenterite, nefrite e crises epileptiformes.
O banho é contra indicado em situações onde há ferimentos extensos, doenças de pele agudas de causa desconhecida, doenças infecciosas e pessoas em estados febris.
Não usar em pessoas com histórico de convulsões.
Doses acima das recomendadas podem causar nefrite e distúrbios gastrintestinais.
Não usar empessoas alérgicas ou com hipersensibilidade ao alecrim8.
Referências:
1. BRASIL; MINISTÉRIO DA SAÚDE DAGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução de Diretoria Colegiada: RDC nº. 10, de 9 de março de 2010. Dispõe sobre a notificação de drogas vegetais junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e dá outras providências. Diário Oficial da União, 2010.
2. PENGELL, A., Short-term study on the effects of rosemary on cognitive function in an elderly population. J Med Food 15 (1) 2012, 10–17.
3. LINDHEIMER, J., et al.,. Short-term effects of black pepper (Piper nigrum) and rosemary Rosmarinus officinalis and Rosmarinus eriocalyx) on sustained attention and on energy and fatigue mood states in young adults with low energy. Journal of Medicinal Food Vol. 16, No. 8. 19 aug 2013.
4. MOSS, Mark et al., Aromas of rosemary and lavender essential oils differentially affect cognition and mood in healthy adults. International Journal of Neuroscience, v. 113, n. 1, p. 15-38, 2003.
5. PANAHI, Y., Et al., Rosemary oil vs minoxidil 2% for the treatment of androgenetic alopecia: a randomized comparative trial. Skinmed Dermatology for the Clinician.2015. Disponível em: https://issuu.com/pulsemarketing/docs/skinmed_v13_i1
6. ROSA, J. S., Estudo do efeito anti-inflamatório do Rosmarinus officinalis L. utilizando o modelo da pleurisia induzida pela carragenina em camundongos [dissertação] / Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC. orientadora, Tânia Silvia Fröde. Florianópolis, SC, 2013.
7. PETROLINI, F.V.B, et al. Evaluation of the antibacterial potential of Petroselinum crispum and Rosmarinus officinalis against bacteria that cause urinary tract infections. Brazilian Journal of Microbiology. 2013 Dec 17;44(3):829-34.
8. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira / Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: ANVISA, 2011. Página 57.
9. FLORIANÓPOLIS (SC). Secretaria Municipal de Saúde.Guia de Plantas Medicinais de Florianópolis. 2019.
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