Também conhecida como alfavaca-cheiro-de-anis, alfavaca-preta e atroveran.
Características botânicas: Ocimum selloi é uma espécie herbácea, perene e aromática com inflorescências de coloração branca. Sua propagação pode ser feita por estacas produzidas, a partir de seus ramos ou pelo plantio de suas sementes, em terrenos bem drenados a meia-sombra. Planta nativa da América do Sul e de crescimento espontâneo em Florianópolis, possuindo vários quimiotipos, devendo ser usado o que possui “cheiro de anis” semelhante as espécies conhecidas como funcho e erva-doce.
Informações científicas: Estudo clínico em humanos, realizados com o óleo essencial das folhas apontam a ação repelente e baixa toxicidade do uso tópico aplicado na pele de 30 voluntários de ambos os sexos¹. Estudos pré-clinicos em animais, que utilizaram o óleo essencial demonstraram efeito antiespasmódico², antidiarreico e analgésico³. Um estudo realizado in vitro demonstrou potencial antibacteriano do óleo essencial contra S.aureus e E. coli4.
Observação do uso clínico em Florianópolis: A infusão preparada com as folhas do Ocimum selloi tem bons resultados quando usada em afecções respiratórias e dores abdominais. Esta planta também é associada à mil-folhas (Achillea millefolium) e a erva-cidreira (Melissa officinalis), na forma de infusão das folhas para aliviar sintomas da tensão pré-menstrual (TPM) e cólicas menstruais mostrando boa receptividade entre as usuárias.
MODO DE USAR
Uso interno: Infusão preparada com 1 colher de sobremesa das folhas secas ou até 6 folhas frescas rasuradas para 1 xícara (200 ml) de água fervente, após abafar por 15 minutos, ingerir até 3 vezes ao dia por no máximo duas semanas.
Para aliviar sintomas da TPM: Infusão com 1 xícara de água fervente com 5 folhas de Ocimum selloi + 10cm de uma folha de Achillea millefolium + 5 folhas frescas de Melissa officinalis. Ter cautela no uso deste composto concomitantemente a ansiolíticos e medicamentos para tireoide.
CUIDADOS NO USO DESTA ESPÉCIE
Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas desta espécie o seu uso concomitante com outros medicamentos deve ser cauteloso. Deve ser evitado o uso interno na gestação, lactação e em crianças menores de 4 anos.
Referências:
1. PAULA, J. P. et al., Chemical composition, toxicity and mos- quito repellency of Ocimum selloi oil. Journal of Ethnopharmacology 88 (2003) 253–260.
2.SOUZA, S. D Fetal. Antispasmodic effect of Ocimum selloi essential oil on the guinea-pigileum. Natural Product Research, v.29,n.22,p.2125-2128,2015.
3.FRANCA, C. S. et al Analgesic and antidiarrheal properties of Ocimum selloi essential oil in mice. Fitoterapia, v. 79, n. 7,p. 569-573,2008.
4. NASCIMENTO, J. C. et al. Chemical composition and antimicrobial activity of essential oils of Ocimum canum Sims. and Ocimum selloi Benth. Anais da Academia Brasileira de Ciências, v. 83, n.3, p.787-800, 2011.
5. FLORIANÓPOLIS (SC). Secretaria Municipal de Saúde. Guia de Plantas Medicinais de Florianópolis. 2019.
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