Também conhecido como falso-boldo, boldo-brasileiro, malva-santa, malva-amarga, sete-dores, alum, folha-de-oxalá boldo-peludo e malva-santa.
Características botânicas: Plectranthus barbatus é uma planta perene, arbustiva, aromática com folhas pilosas (peludas), sendo esta uma importante característica que a diferencia das outras espécies, popularmente conhecidas como “boldo”. A espécie é amplamente cultivada e utilizada na medicina popular em todo o país e pode ser propagada por estacas produzidas a partir dos seus caules, podendo ser cultivada em local com incidência direta de sol ou sombreado, sendo considerada uma espécie aclimatada e espontânea em todo o Brasil.
Uso popular: Planta presente na maioria dos estudos etnobotânicos brasileiros, mostrando o largo uso medicinal feito pela população. A preparação mais comum é a maceração a frio de meia a uma folha empregado na má digestão, azia e mal-estar gástrico em geral, bem como em libações alcoólicas e alimentares. Também usa-se externamente, a infusão das folhas da planta no combate a piolhos.
Informações científicas: Estudos pré-clínicos realizados em animais mostrou potencial anti-secretor e anti-úlcera de diterpenos isolados das folhas de P. barbatus¹. Extratos da decocção das folhas frescas de várias espécies do gênero Plectranthus apresentaram atividade inibitória sobre as enzimas ADH e Acetilcolinesterase².
Observações do uso clínico em Florianópolis: O uso interno da maceração demeia folha da planta com água fria tem boa resposta para aliviar sintomas decorrentes de azia em má digestão.
MODO DE USAR
Uso interno:
1. A infusão é preparada com ½ folha e uma xícara (200 ml) de água fria, amassando-se as folhas para extrair seu líquido que deve ser ingerido até duas vezes ao dia, por no máximo três dias seguidos.
2. Tintura: Utilizar 20 gramas das folhas secas e rasuradas para 100 ml de álcool etílico 70% e armazenar em vidro escuro protegido da umidade e da luz. Tomar 50 gotas da tintura, diluídas em 75 ml de água, três vezes ao dia. A indicação dessa tintura é como auxiliar no alívio dos sintomas dispépticos³.
Uso externo: O uso tópico local para afastar piolhos pode ser feito aplicando-se a decocção de 6 folhas da planta com 1 litro de água após esfriar e no momento em que a criança estiver tomando banho. Em crianças menores de 4 anos utilizar apenas 1 folha no preparo da decocção.
CUIDADOS NO USO DESTA ESPÉCIE
Devido à falta de estudos completos sobre interações medicamentosas desta espécie, o seu uso concomitante com outros medicamentos deve ser cauteloso (ver no tópico “interações medicamentosas”).
Não deve ser utilizado por gestantes, lactantes, crianças, hipertensos e portadores de obstrução das vias biliares. Não usar no caso de tratamento com metronidazol ou dissulfiram, medicamentos depressores do SNC e anti-hipertensivos. Doses acima das recomendadas e utilizadas por um período maior do que os recomendados podem causar irritação gástrica³,4.
Há também casos de sensibilidade alérgica a esta espécie.
Em relação à tintura: não usar em pessoas com hipersensibilidade aos componentes da formulação, bem como em gestantes, lactantes, alcoolistas e diabéticos - em função do teor alcoólico. Interação medicamentosa: Pode interagir com metronidazol, dissulfiram, medicamentos depressores do SNC e anti-hipertensivos (ANVISA 2011, 2018).
Referências
1. SCHULTZ, C., Et al.; Inhibition of the gastric H+,K+-ATPase by plectrinone A, a diterpenoid isolated from Plectranthus barbatus Andrews. Journal of Ethnopharmacology Volume 111, 2007. Pags. 1-7.
2. BRITO, E., et al.; Bioactivies of decoctions from Plectranthus species related to their traditional us on the treatment of digestive problems and alcohol intoxication. Journal of Ethnopharmacology 2018 Apr 4;220:147-154.
3. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa, 2011.
4. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira Primeiro suplemento. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: ANVISA, 2018. Página 75. 5. FLORIANÓPOLIS (SC). Secretaria Municipal de Saúde. Guia de Plantas Medicinais de Florianópolis. 2019.
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