CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS: Calendula officinalis é uma planta herbácea, anual, com flores compostas de cor variando do amarelo ao alaranjado. A espécie é amplamente cultivada, como planta ornamental, em hortas domésticas por todo o Brasil. A calêndula pode ser propagada pelo plantio de suas sementes em sementeiras e posterior replantio de suas mudas em local com incidência direta de sol ou ameia sombra.
USO POPULAR: A calêndula é usada na medicina popular como cicatrizante para ferimentos, queimaduras, furúnculos, abscessos e irritações, para sintomas de acnes (espinhas), conjuntivites, otites crônicas e periodontais. Utilizada no tratamento de infecções do aparelho genital feminino e no sapinho infantil (candidíase oral). A flor da calêndula é utilizada como alimentícia, ornamental e na preparação de corantes para alimentos e tecidos pela população. É uma planta muito utilizada na preparação de cremes e pomadas caseiras.
INFORMAÇÕES CIENTÍFICAS: Demonstrou-se em um estudo clínico randomizado (ECR) potencial atividade no alívio do quadro de gengivite¹ e em um relato de caso potencial atividade contra queilite². Outros ECR demonstraram potencial uso na prevenção de dermatites em pacientes com exposição a radioterapias³,4, no auxílio à cicatrização após procedimentos cirúrgicos5 e no tratamento de candidíase6 e vaginose bacteriana7.
OBSERVAÇÃO DO USO CLÍNICO EM FLORIANÓPOLIS: A infusão preparada com as flores da calêndula apresenta boa resposta quando utilizada externamente em infecções de pele, acnes, queimaduras solares e dermatites de fraldas. O infuso das flores também pode ser usado para afecções da boca (aftas e gengivites). Compressas frias do chá ajudam a diminuir a dor e edema da região perineal no período pós-parto.
MODO DE USAR
Observação: Não se utilizam as folhas.
Uso externo: Infusão preparada com 1 colher de sobremesa das flores secas ou até 2 flores frescas rasuradas para 1 xícara (200 ml) de água fervente, após abafar por 15 minutos, usar o chá externamente com o auxílio de um pano limpo ou algodão diretamente nos locais das lesões.
Tintura: Utilizar 20 gramas das flores rasuradas para 100 ml de álcool etílico 70% ou 90% e armazenar em vidro escuro protegido da umidade e da luz. Tomar 20 gotas diluídas em água 3x
ao dia. Para aplicação na pele: Diluir 1:3 em água e aplicar no local indicado por meio de compressa de duas a quatro vezes ao dia. Remover a compressa após 30 a 60 minutos. Na cavidade bucal, administrar por bochechos e gargarejos 2 ml da tintura em 100 ml de água de duas a quatro vezes ao dia como auxiliar no tratamento de afecções inflamatórias leves da pele, boca e garganta8.
CUIDADOS PARA O USO DESTA ESPÉCIE
Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas desta espécie, o seu uso concomitante a outros medicamentos deve ser cauteloso.
Evitar o uso interno desta espécie.
Não utilizar as folhas desta planta.
Não usar a tintura empessoas com hipersensibilidade aos componentes da formulação ou a plantas da família Asteraceae.
O especialista em plantas medicinais Alesio dos Passos Santos comenta sobre a calêndula.
Referências:
1. MAHYARI, S., et al. Evaluation of the efficacy of a polyherbal mouthwash containing Zingiber officinale, Rosmarinus officinalis and Calendula officinalis extracts in patients with gingivitis: A randomized double-blind placebo-controlled trial. Complementary Therapies In Clinical Practice, [s.l.], v. 22, p.93-98, fev. 2016. Elsevier BV.
2. OVERONI-FAVARETTO, L., et al., Topical Calendula officinalis L. successfully exfoliative cheilitis: a case report. Cases Journal, [s.l.], v. 2, n. 1, p.9077-9080, 2009. Springer Nature.
3. POMMIER, P., et al., Phase III randomized trial of Calendula officinalis compared with trolamine for the prevention of acute dermatitis during irradiation for breast cancer. Journal of Clinical Oncology, v. 22, n. 8, p. 1447-1453, 2004.
4. SCHNEIDER, F., et al., Usage of Calendula officinalis in the prevention and treatment of radiodermatitis: a randomized double-blind controlled clinical trial. Revista da Escola de Enfermagemda USP, v. 49, n. 2, p. 0221-0228, 2015.
5. EGHDAMPOUR, F., et al., The impact of Aloe vera and calendula on perineal healing after episiotomy in primiparous women: a randomized clinical trial. Journal of caring sciences.
v. 2, n. 4, p. 279, 2013.
6. SAFFARI, E., et al., Comparing the effects of Calendula officinalis and clotrimazole on vaginal Candidiasis: A randomized controlled trial.Women&health. v. 57, n. 10, p. 1145-1160, 2017.
7. PAZHOHIDEH, Z., et al. The effect of Calendula officinalis versus metronidazole on bacterial vaginosis in women: A double blind randomized controlled trial. Journal of Advanced Pharmaceutical Technology & Research, v. 9, n. 1, p. 15, 2018.
8. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira Primeiro suplemento. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília:
ANVISA, 2018. Página 28.
9. FLORIANÓPOLIS (SC). Secretaria Municipal de Saúde. Guia de Plantas Medicinais de Florianópolis. 2019.
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