Também conhecida como capim-cidró, capim-santo, cana-limão.
Características botânicas: Cymbopogon citratus é uma planta herbácea, aromática, perene, formando touceiras compactas e cespitosas, com folhas com tamanho de 60–100 cm de comprimento. Sua propagação é realizada por divisão de suas touceiras e o seu cultivo pode ser realizado em locais com incidência direta do sol. Existem outras espécies da família que podem ser confundidas com o capim limão, principalmente as espécies Cymbopogon winterianus (citronela) e Elionurus muticus (capim-cidreira-fininho).
Uso popular: A infusão das folhas é utilizada como calmante, digestiva, febrífuga, antiespasmódica, diurética, depurativa do sangue. Utilizado ainda para sintomas relacionados à pressão alta, problemas nervosos, má digestão, enjoos e diarréia. Esta planta é muito usada pela população em casos de insônia, gripes, resfriados e dores de garganta.
Informações científicas: Estudo clínico randomizado mostrou potencial atividade para a infusão preparada com as folhas do C. citratus no tratamento de candidíase oral em pacientes com HIV¹. Estudos clínicos de fase I e II mostram potencial ação antifúngica na pitiríase versicolor² em formulações contendo o óleo essencial da planta (menor que o controle cetoconazol). Seu benefício no tratamento da ansiedade ainda não está esclarecido³,4. AN: Na literatura é reportada a propriedade gastroprotetora para a infusão das folhas em ratos5. IV: Estudo com os rizomas mostrou potencial antimicrobiano para micobactérias causadoras da tuberculose6.
Observação do uso clínico em Florianópolis: A infusão das folhas do capim limão é utilizada principalmente em casos de insônia e ansiedade. O infuso também tem boa resposta quando usado para aliviar sintomas de gripes e resfriados.
MODO DE USAR
Uso interno: Infusão preparada com 1 colher de sobremesa das folhas frescas rasuradas para 1 xícara (200 ml) de água fervente, após abafar por 15 minutos, ingerir até 3 vezes ao dia por no máximo duas semanas.
CUIDADOS NO USO DESTA ESPÉCIE
Esta espécie apresenta interações com algumas classes de medicamentos (ver na seção “interação medicamentosa”).
Evitar o uso em gestantes, lactantes e crianças menores de 6 anos.
O infuso deve ser filtrado para evitar ingerir os microfilamentos da planta que em longo prazo podem provocar quadros erosivos na mucosa esofágica.
Contraindicado em úlcera péptica; pode provocar gastrite e azia empessoas sensíveis.
Interações medicamentosas: Pode induzir efeito sinérgico quando usado junto de medicamentos hipnóticos sedativos. A espécie pode também interagir com o medicamento antineoplásico ciclofosfamida. Deve-se ter cuidado com medicamentos metabolizados pelo citocromo P450, especialmente subfamília 2B7.
O especialista em plantas medicinais Alésio dos Passos Santos comenta sobre o capim-cidreira.
Referências
1. WRITH, S.C., et al., Treatment of oral thrush in HIV/AIDS pa- tients with lemon juice and lemon grass (Cymbopogon citratus) and gentian violet. Revista Phytomedicine, 2009. pags. 118-124.
2. CARMO, E. S., et al., Treatment of pityriasis versicolor with topical application of essential oil of Cymbopogon citratus (DC) Stapf-therapeutic pilot study. An. Bras. Dermatol.,2013.
3. LEITE, J. R., et al., Pharmacology of lemongrass (Cymbo- pogon citratus Stapf). III. Assessment of eventual toxic, hyp- notic and anxiolytic effects on humans. Journal of Ethnophar- macology, v. 17, n. 1, p. 75-83, 1986.
4. GOES, T. C., et al., Effect of lemongrass aroma on experi- mental anxiety in humans. The Journal of Alternative and Complementary Medicine. v. 21, n. 12, p. 766-773, 2015.
5. SAGRADAS, J., et al., Gastroprotective effect of Cymbopogon citratus infusion on acute ethanol-induced gastric lesions in rats. Journal of Ethnopharmacology. 2015 Sep 15;173:134
6. MOHAMADI, S., Antituberculosis activity, phytochemical identification of Costus speciosus, Cymbopogon citratus, and Tabernaemontana coronaria and their effects on the growth ki- netics and cellular integrity of Mycobacterium tuberculosis H37Rv. BMC Complementary and Alternative Medicine, 2018.
7. VIEIRA, R. C., Estudo do uso de plantas medicinais e/ou produtos à base de plantas medicinais como tratamento complementar, por pacientes atendidos no Centro de Pesquisas Oncológicas–CEPON/SC. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Farmácia da Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Farmácia. Área de concentração: Fármaco-Medicamentos. 2008. 8. FLORIANÓPOLIS (SC). Secretaria Municipal de Saúde. Guia de Plantas Medicinais de Florianópolis. 2019.
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