Também conhecida como chaguinha, capuchinha-grande, mastruço-do-peru e nastúrcio.
Características botânicas: Herbácea anual, aromática quando amassada, de ramos rasteiros ou escandentes retorcidos, de 70-140 cm de comprimento. Possui folhas simples, longo-pecioladas, com 5 a 7 nervuras principais, partindo do ponto de inserção do pecíolo, de 5 a 9 cm de diâmetro. Flores solitárias, longo-pedunculadas, vermelhas, amarelas, brancas ou laranjas. Os frutos verdes são divididos em 3 partes arredondadas. Sua propagação se da por sementes ou por estacas.
Como cultivar? É uma planta de cultivo simples, a propagação pode ser feita via mudas ou sementes (mais indicada para renovação de canteiros com plantas mais vigorosas). O plantio pode ser feito em qualquer época do ano, mas durante a primavera ela se desenvolve com maior rapidez. O solo deve ser úmido, bem drenado e rico em matéria orgânica; a planta necessita de 4 horas de sol por dia.
Para mais informações sobre a capuchinha, confira o vídeo realizado pelo Escritório Municipal de Florianópolis da Epagri:
Usos culinários: Suas folhas jovens são bem picantes e possuem aroma semelhante ao agrião e a rúcula. Esta planta é rica em antocianinas, carotenoides e flavonoides, e possui potencial antioxidante, anti-inflamatório e hipotensivo.
Suas folhas podem ser consumidas cruas em saladas; cozidas com carnes, sopas, charutinhos, risotos, sanduíches; ou ainda salteadas para massas verdes, patês, panquecas, pizzas e pães.
Os pecíolos (cabos das folhas) podem ser consumidos cozidos em sopas, refogados ou em bolinhos. Os talos podem ser cozinhados, triturados e peneirado, a fim de remover as partes fibrosas.
As flores são comestíveis e muito utilizadas em decorações de pratos. Podem ser desidratadas e embebidas em álcool ou congeladas em cubos de gelo para uso em coquetéis.
Os botões florais e frutos imaturos feitos em conserva podem substituir as alcaparras, enquanto as sementes maduras tostadas e moídas podem substituir a pimenta do reino.
PESTO DE CAPUCHINHA*
Ingredientes
2 xícaras (de chá) de folhas ou flores de capuchinha
1/2 xícara (de chá) de oleaginosas de sua preferência (amendoim, sementes de abóbora, castanhas, nozes)
150 mL de azeite
2 dentes de alho
Sal à gosto
Modo de preparo
Lavar bem as folhas da capuchinha;
Triturar as oleaginosas, o azeite, o alho e o sal em um processador ou liquidificador potente. Adicionar as flores ou folhas e triturar até incorporar ao restante dos ingredientes.
Utilizando as folhas, você terá um pesto da cor verde. Se desejar, pode acrescentar outras folhas verdes para complementar no sabor, como manjericão ou salsinha.
Já com as flores, você terá um pesto da cor laranja. Se preferir, ao invés de triturar as flores no processador ao final, você pode macerá-las em um pilão e adicioná-las delicadamente ao restante dos ingredientes triturados.
*Receita testada em uma oficina culinária no Centro de Saúde da Vargem Pequena pelos participantes do Grupo da Horta do Centro de Saúde.
FRUTOS DA CAPUCHINHA EM CONSERVA**
1 xícara (de chá) de frutos verdes da capuchinha
1 xícara (de chá) de água
Vinagre de maçã
Sal à gosto
3 folhas de louro
1 ramo de alecrim
2 dentes de alho
Pimenta em grão (opcional)
Ferver a água e reservar enquanto deixa esfriar;
Lavar os frutos em água corrente;
Colocar os frutos em um pote de vidro higienizado (fervido em água)
Acrescentar 2 dedos de vinagre;
Acrescentar o sal, o louro e o alho;
Cobrir até o topo do vidro com a água já fria e tampar bem;
Colocar o vidro vedado em uma panela com água (não cobrir até a tampa) e ferver por 3-4 min.
**Receita adaptada do Instagram “PANClândia” e testada em uma oficina culinária no Centro de Saúde da Vargem Pequena pelos participantes do Grupo da Horta.
Referência
1. Kinupp, V. F., & Lorenzi, H. J. (2014). Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação, aspectos nutricionais e receitas ilustradas. Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda.
2. CALLEGARI, C.R.; MATOS FILHO, A.M. Plantas Alimentícias Não Convencionais - PANCs. Florianópolis: Epagri, 2017.
3. RANIERI, Guilherme. Matos de Comer: identificação de plantas comestíveis. 1. ed. São Paulo: edição do autor, 2021.
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