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Erva-baleeira - Varronia curassavica DC.

Atualizado: 8 de jan. de 2021

Também conhecida como catinga-de-barão, caramona e mijo-de-grilo.




CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS: Varronia curassavica é uma planta arbustiva, bastante ramificada, muito aromática e conhecida pela comunidade por seu “cheiro de tempero/caldo de carne”. Apresenta flores brancas e frutos vermelhos, sendo uma espécie muito presente no ambiente da restinga, em todo o litoral de Santa Catarina. A sua propagação pode ser realizada por plantio direto das suas sementes e seu cultivo deve ser realizado em local com bastante incidência de sol.


USO CULINÁRIO: As partes comestíveis são as folhas e frutos e devem ser utilizados como tempero com moderação. As folhas são utilizadas em caldos e trituradas para preparar sal temperado, com aroma semelhante a temperos prontos como caldo de galinha. Uma forma de preparo é cozinhar por duas horas em fogo baixo sem levantar fervura para não perder os compostos bioativos. Coar e utilizar em preparações em geral como tortas salgadas, sopas e risotos como tempero. Pode ser congelado em forminhas de gelo¹.


USO POPULAR: A erva-baleeira é uma planta amplamente utilizada na medicina popular para aliviar sintomas de reumatismos, artrite reumatóide, gota, dores musculares, dores da coluna, prostatites, nevralgias, contusões. A infusão é usada também como antisséptica para feridas externas e úlceras. É comum seu uso entre os pescadores da região litorânea. Esta planta tem sido utilizada como condimento e tempero alimentar.


INFORMAÇÕES CIENTÍFICAS: Estudos pré-clínicos realizados em animais contribuíram para o desenvolvimento do primeiro fitomedicamento anti-inflamatório de uso tópico desenvolvido no Brasil com o óleo essencial extraído da V. curassavica²,³. Para o extrato etanólico das folhas foi demonstrada atividade analgésica, efeito protetivo contra úlcera gástrica e baixa toxicidade4. Estudo com compostos extraídos das folhas da planta apresentaram atividade anti-inflamatória, sendo considerados importantes marcadores para a elucidação das propriedades farmacológicas da espécie5. O extrato etanólico das folhas da planta mostrou atividade anti-alergênica, reduzindo in vitro a secreção de histamina em mastócitos de rato, porquinho-da-índia e hamster6.


OBSERVAÇÃO DO USO CLÍNICO EM FLORIANÓPOLIS: O uso interno da infusão das folhas da erva-baleeira tem bom resultado para alívio das dores em geral, assim como a utilização da tintura ou da infusão das folhas para uso tópico, na forma de compressa, em dores musculares e das articulações.


MODO DE USAR

Uso interno: Infusão preparada com 1 colher de sobremesa das folhas secas ou até 6 folhas frescas rasuradas para 1 xícara (200 ml) de água fervente, após abafar por 15 minutos, ingerir até 3 vezes ao dia por no máximo duas semanas.

Uso externo: Tintura na proporção de 1:10 em álcool 70%e 1:5 em álcool 90%. Deixar armazenado em garrafa de vidro e em local escuro por no mínimo 15 dias e utilizar para uso tópico na forma de compressas com auxílio de um algodão ou pano limpo para alívio de dores reumáticas, artralgias e contusões


CUIDADOS NO USO DESTA ESPÉCIE

Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas desta espécie, o uso concomitante a outros medicamentos deve ser cauteloso.

Deve ser evitado o uso interno em gestantes e lactantes e crianças menores de 6 anos.


O especialista em plantas medicinais Alesio dos Passos Santos comenta sobre a Erva-baleeira.


Referências:

1. CALLEGARI, C.R.; MATOS FILHO, A.M. Plantas Alimentícias Não Convencionais - PANCs. Florianópolis: Epagri, 2017.

2.SERTIÉ, J.A., et al., Pharmacological assay of Cordia verbenacea III: Oral and topical anti-inflammatory activity and gastrotoxicity of a crude leaf extract. Journal of Ethnopharmacology.

31, 239-247. 1991.

3. SERTIÉ, J.A., et al., 2005. Pharmacological assay of Cordia verbenacea V: oral and topical anti-inflammatory activity, analgesic effect and fetus toxicity of a crude leaf extract. Phytomedicine, 12, 338-344.

4. ROLDÃO, E. F., et al., Evaluation of the antiulcerogenic and analgesic activities of Cordia verbenacea DC. (Boraginaceae). Journal of Ethnopharmacology. Volume 119, Issue 1, 2008, Pages 94-98.

5. MEDEIROS, R., Effect of two active compounds obtained from the essential oil of Cordia verbenacea on the acute inflammatory responses elicited by LPS in the rat paw. Br J Pharmacol.

2007 Jul;151(5):618-27. Epub 2007 Apr 30.

6. OLIVEIRA, D. M. et al., Cordia verbenacea and secretion of mast cells in different animal species. Journal of Ethnopharmacology, vol. 135, n. 2, 2011, pg. 463-468.

7. FLORIANÓPOLIS (SC). Secretaria Municipal de Saúde. Guia de Plantas Medicinais de Florianópolis. 2019.

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