Também conhecida como garupa e alfazema-do-Brasil.
CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS: Aloysia gratissima é uma planta arbustiva, perene, aromática, com inflorescências brancas, sendo uma espécie de fácil cultivo e amplamente cultivada em hortas domésticas em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Sua propagação pode ser realizada por estacas produzidas a partir dos seus ramos ou por plantio direto de suas sementes, sendo facilmente cultivada em lugares com bastante incidência de sol ou à meia sombra.
USO POPULAR: Planta utilizada como aromática, condimentar e como remédio para dores de cabeça, problemas estomacais, gripes e tratamento de estados ansiosos. O ato de mascar as folhas é usado para aliviar o mal estar gástrico e a azia. Além do uso como chá, as folhas são misturadas à erva-mate para consumo associado ao chimarrão. Ocasionalmente é utilizada como cerca viva, pois aceita podas drásticas e suas inflorescências são muito ornamentais.
INFORMAÇÕES CIENTÍFICAS: Em estudos pré-clínicos realizados em animais foram citadas atividades neuroprotetoras, antioxidantes e antidepressivas para o extrato aquoso das folhas, sugerindo-se que esta espécie tem potencial para tratar transtornos neurológicos e depressivos¹. Outro trabalho demonstrou interações do extrato aquoso das folhas da A. gratissima com os sistemas serotoninérgico, noradrenérgico e dopaminérgico². Foi relatada ainda a atividade antiedematogênica³. Estudo in vitro mostrou atividade antimicrobiana, em modelos de biofilmes de Streptococcus mutans, em diferentes frações purificadas do extrato alcoólico das folhas de A. gratissima4. O óleo essencial e frações de sesquiterpenos apresentaram atividade antiesquistossomótica para Leishmania amazonenses5.
OBSERVAÇÃO DO USO CLÍNICO EM FLORIANÓPOLIS: A infusão preparada com as folhas da A. gratissima tem boa resposta em sintomas de gripes e resfriados. Também pode ser usada para
dores epigástricas, azia e má digestão, tanto com o uso interno da infusão ou mascando-se as folhas. Os usuários do infuso desta planta referem ter melhora do humor.
MODO DE USAR
Uso interno: Infusão preparada com 1 colher de sobremesa das folhas secas ou até 6 folhas frescas rasuradas para 1 xícara (200 ml) de água fervente, após abafar por 15 minutos, ingerir até 3 vezes ao dia, por no máximo duas semanas. Aloysia gratissima pode ser associada à espécie Maytenus ilicifolia (espinheira-santa), para tratamento de úlceras gástricas, através do uso interno da infusão preparada em 1 xícara (200mL) de água fervente com até 4 folhas frescas de cada planta até 3 vezes ao dia, por no máximo 15 dias.
CUIDADOS NO USO DESTA ESPÉCIE
Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas desta espécie, o seu uso concomitante a outros medicamentos deve ser cauteloso, assim como deve-se evitar seu emprego na gestação, lactação e em crianças menores de 06 anos.
O especialista em plantas medicinais Alesio dos Passos Santos comenta sobre a erva-santa.
Referências:
1. ZENI, A. L., et al., Antidepressant-like and neuroprotective effects of Aloysia gratissima: Investigation of involvement of larginine-nitric oxide-cyclic guanosine monophosphate pathway. Journalof ethynopharmacology, 2011 (137)pags. 864-874.
2. ZENI, A. L., Evidence of the involvement of the monoaminergic systems in the antidepressant-like effect of Aloysia gratissima. Journal of Ethnopharmacology. 2013 Jul 30; 148(3):914-20.
3. VANDRESEN, F. et al., Constituintes químicos e avaliação das atividades antibacteriana e antiedematogênica de Aloysia gratissima (Gillies & Hook.) Tronc. e Aloysia virgata (Ruiz & Pav.) Pers.,Verbenaceae. Rev. bras. farmacogn. [Online]. 2010, vol.20, n.3, pp.317-321.
4. FREIRES, I., et al., The Effect of Essential Oils and Bioactive Fractions on Streptococcus mutans and Candida albicans Biofilms: A Confocal Analysis, Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine, vol. 2015.
5. GARCIA, M., et al., The in vitro antileishmanial activity of essential oil from Aloysia gratissima and guaiol, its major sesquiterpene against Leishmania amazonensis. Parasitology, 1-9. (2018).
6. FLORIANÓPOLIS (SC). Secretaria Municipal de Saúde. Guia de Plantas Medicinais de Florianópolis. 2019.
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