Também conhecido como malvarisco, hortelã-da-folha-grossa, malva-de-cheiro, hortelã-graúda e orégano-francês.
Características botânicas: Plectranthus amboinicus é uma planta herbácea, perene, com folhas bastante aromáticas, semi- carnosa e com flores azuladas ou róseas. Sua propagação pode ser feita por estacas produzidas a partir dos seus ramos e o seu cultivo pode ser realizado em local com bastante incidência de sol ou à meia sombra. Esta espécie diferencia-se das outras do gênero Plectranthus (P. barbatus e P. ornatus), conhecidas popularmente como “boldos”, por não ter o sabor amargo característico dessas duas outras plantas.
Uso popular: Planta muito utilizada como condimento alimentar e indicada na medicina popular em casos de tosse, rouquidão, bronquite, inflamação da boca, dores de garganta. É realizado também o uso tópico do infuso em afecções de pele. O sumo das folhas como medicação oral é utilizado para problemas ovarianos e uterinos e considerado antirreumático, antifúngico, anti-inflamatório, antitumoral e protetor da mucosa bucal. No Nordeste tradicionalmente é feito um lambedor com as folhas que é usado por crianças para aliviar sintomas de gripes, resfriados e tosses.
Uso culinário: Popularmente utilizada no sul como tempero de carnes, de modo similar ao tomilho e a sálvia. O malvariço vai bem como tempero de doces, triturada e adicionada a sucos e geleias, assim como salgados, carnes, peixes ou ovos. Pode ser utilizada para aromatizar vinho e cerveja.
Observação do uso clínico em Florianópolis: A infusão preparada com as folhas do P. amboinicus tem bom resultado em sintomas decorrentes de gripes, resfriados, tosses e infecções respiratórias.
Informações científicas: Estudo pré clínico realizado em animais demonstrou para o extrato aquoso das folhas as atividades analgésica e anti-inflamatória¹. Em pesquisas in vitro o óleo essencial apresentou atividade antibacteriana contra Klebsiela pneumoniae² e Staphylococcus aureus³, bem como mostrou alguma interferência sobre a efetividade anti-Candida de alguns antifúngicos4.
MODO DE USAR
Uso interno: A infusão é preparada com uma a quatro folhas frescas para uma xícara de água (200mL), até 3x ao dia.
Lambedor: Preparar uma calda de açúcar em ponto de bala e no final mergulhe até 5 folhas da planta. Após resfriar, utilizar para sintomas decorrentes de problemas respiratórios.
CUIDADOS NO USO DESTA ESPÉCIE
Devido à falta de estudos sobre interações medicamentosas desta espécie, o seu uso concomitante com outros medicamentos deve ser cauteloso (ver no seção “interações medicamentosas”).
Evitar o uso interno em gestantes, lactantes e crianças menores de 2 anos
No lambedor, em crianças menores de 12 anos, usar no máximo 6 folhas por dia.
Interações medicamentosas: Pode apresentar atividade sinérgica com antifúngicos5.
O especialista em plantas medicinais Alesio dos Passos Santos comenta sobre o malvariço.
Referências
1. CHIU, Y. J., et al., Analgesic and anti-inflammatory activities of the aqueous extract from Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng. both in vitro and in vivo. Evidence Based Complementary and Alternative Medicine (2012).
2.GONÇALVES, T.B. et al., Effect of subinihibitory and inhibitory concentrations of Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng essential oil on Klebsiella neumoniae. Phytomedicine 19 (2012) 962–968.
3. VASCONCELOS, S.B. et al., Plectranthus amboinicus essential oil and arvacrol bioactive against planktonic and biofilm of oxacillin-and vancomycin-resistant Staphylococcus aureus. BMC Complementary and Alternative Medicine. 2017, 17:462.
4.OLIVEIRA, R. A. G., et al. Interferência do óleo essencial de Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng sobre a atividade anticandida de alguns antifúngicos utilizados clínicamente. Rev. Bras. Farmacogn., João Pessoa, v. 17, n. 2, pr./June 2007.
5. NICOLETTI, M.; et al., Fitoterápicos–Principais Interações Medicamentosas. São Paulo: ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FARMACÊUTICOS MAGISTRAIS- Brasil, 1ª edição (2012).
6.FLORIANÓPOLIS (SC). Secretaria Municipal de Saúde. Guia de Plantas Medicinais de Florianópolis. 2019.
7. Kinupp, V. F., & Lorenzi, H. J. (2014).Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação, aspectos nutricionais e receitas ilustradas. Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda.
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